sábado, 11 de outubro de 2008

Vida - Mário Quintana


A vida são deveres que nós trouxemos
para fazer em casa.

Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, passaram-se 50 anos!

Agora, é tarde demais
para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia,
Outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente
e iria jogando, pelo caminho,
a casca dourada
e inútil das horas...

Dessa forma eu digo,
não deixe de fazer algo que gosta
devido à falta de tempo,
a única falta de tempo que terá, será desse
tempo que infelizmente não
voltará mais.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Vienna - Billy Joey

Devagar, sua criança louca
Você é tão ambiciosa para um jovem
Mas então se você é tão esperta, me diga porque você ainda tem medo?
Onde está o fogo? pra que é a pressa?
É melhor você aproveitar isso antes que você perca
Você tem muito o que fazer e apenas tantas horas em um dia

Você não sabe que quando a verdade é contada
Que você pode conseguir o que quer ou você pode apenas ficar velho?
Você vai desistir antes mesmo de passar metade do caminho
Quando você perceberá que vienna espera por você?

Devagar, você está indo bem
Você não pode ser tudo que você quer ser antes do seu tempo
Embora é tão romântico no limite hoje a noite
Tão ruim, mas é a vida que você leva
Você está tão adiante de si mesmo que você esqueceu o que você precisa
Apesar que você pode ver quando você está errado
Você sabe, você não pode sempre ver quando você está certo

Você tem sua paixão, você tem seu orgulho
Mas você não sabe que apenas bobos estão satisfeitos?
Sonhe, mas não imagine que eles todos se realizarão
Quando você perceberá que vienna espera por você?

Devagar, sua criança louca
Tire o telefone do gancho e desapareça por um instante
Está tudo bem você pode permitir-se de perder um dia ou dois
Quando você perceberá que vienna espera por você?
Quando você perceberá que vienna espera por você?

quarta-feira, 9 de julho de 2008


A Lista (Oswaldo Montenegro)


Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora
Hoje é do jeito que achou que seria?
Quantos amigos você jogou fora
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você
Quantas mentiras você condenava
Quantas você teve que cometer
Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você

terça-feira, 8 de julho de 2008

Mais uma vez, quase um século sem escrever nada por aqui...
Mais uma vez sem tempo, e sem ânimo também, não vou negar.
Mas, já dizia Chico: a gente vai levando!

Estive pensando nesses dias sobre o ser humano e sua coerência. Como às vezes somos incoerentes com nosso discurso, até mesmo com nossos próprios pensamentos e ideologias. Será que faz parte da essência humana crer tão intensamente em algo, sem entretanto trazer esse pensamento para o seu cotidiano? E eu, enquanto alguém que se propõe a pensar em mudanças na sociedade, em quebra de paradigmas, em transformação social, estou eu em acordo com meus pensamentos? Estou agindo coerentemente com minhas ideologias? Minha praxis é um reflexo do meu pensamento teórico?
Precisamos deixar de esperar que algo incrível aconteça, precisamos deixar de aguardar que a mudança revolucionária chegue em nossa vida como aquele um relâmpago que começa a inflamar as chamas de uma floresta. A mudança começa em cada um de nós, fazendo o que podemos, dentro de nossas limitações, e sem deixar de tentar rompê-las. Se cada um começar a dialogar com sua família, sua vizinhança, começar a ter atitudes coerentes com seus pensamentos, sem morrer apenas no discurso, mas dando-lhe um conteúdo prático, já será um pequeno raio, que trará as primeiras faíscas de um grande fogo.
É preciso mais coerência, começar a viver aquilo que a gente tanto pensa, e que é bom.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Acabei de perceber que minhas aulas recomeçam segunda.
...
...
...
Não quero me formar.

Impressionismo Puro


Claude Monet
"Pinta como um pássaro canta".

segunda-feira, 5 de maio de 2008


Back

Putz... Faz tempo que não escrevo aqui!
A vida vai ficando cada vez mais corrida e há sempre menos tempo para escrever, ou para fazer outras coisas importantes!
Agora estou de férias e sem muita coisa para pensar (graças a Deus), 15 dias de férias, não vai dar tempo nem de respirar...

Mesmo assim estou feliz por aparecer por aqui novamente, um Blog é sempre uma motivação para escrever, embora seja algo tão público.

Sem mais, até mais!

quarta-feira, 5 de março de 2008

A vida...


Pode ser tranqüila...
É só a gente permitir!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Velho Chico

A transposição tem muito pouco a ver com a seca. Tanto que os canais do eixo norte, por onde correriam 71% dos volumes transpostos, passariam longe dos sertões menos chuvosos e das áreas de mais elevado risco hídrico. E 87% dessas águas seriam para atividades econômicas altamente consumidoras de água, como a fruticultura irrigada, a criação de camarão e a siderurgia, voltadas para a exportação e com seríssimos impactos ambientais e sociais. Todas estas implicações não foram transparentemente discutidas com as populações envolvidas como os ribeirinhos, os pescadores, os indígenas, os quilombolas e a comunidade científica.

O atual projeto não toma em conta alternativas mais baratas, mais viáveis e mais eficazes para um número maior de pessoas. O projeto oficial custaria mais de 6 bilhões de reais, atenderia apenas a quatro Estados (Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará) beneficiando 12 milhões de pessoas de 391 municípios. Um projeto alternativo elaborado pela Agência Nacional das Aguas (ANA) e o Atlas do Nordeste custaria pouco mais de 3 bilhões de reais, atingindo nove estados (Bahia, Sergipe, Piauí, Alagoas, Pernambuco, Rio do Norte, Paraíba, Ceará e Norte de Minas), beneficiando 34 milhões de pessoas de 1356 municípios. Cabe ainda lembrar a Articulação do Semi-Árido (ASA) que se propõe constuir um milhão de cisternas, tenho já construido 220 mil que atenderia as áreas mais áridas e isoladas da região.

O projeto de transposição vem sendo conduzido de forma arbitrária e autoritária: os estudos de impacto são incompletos, o processo de licenciamento ambiental foi viciado, áreas indígenas e quilombolas são afetadas e o Congresso Nacional não foi consultado como prevê a Constituição.
Há 14 ações que comprovam ilegalidades e irregularidades ainda não julgadas pelo Supremo Tribunal Federal. Mas o governo colocou o Exército para as obras iniciais, abusando do papel das Forças Armadas, militarizando a região. A decisão do TRF (Tribunal Regional Federal) da 1a. Região, de Brasília, de dez de dezembro deste ano, obrigando a suspensão das obras, comprova o caráter problemático do projeto governamental.

São tais fatos que sustentam o jejum e as orações do bispo de Barra (BA), dom Luiz Cappio, pessoa humilde, aberta ao diálogo e amigo dos pobres que há mais de 30 anos convive com os problemas do Vale do São Francisco. Ele está oferecendo sua vida para que o povo e o rio tenham mais vida. Apoiamos seu gesto profético, digno dos discípulos de Jesus.
A alternativa do Presidente Lula é falsa: entre os pobres e o bispo fico do lado dos pobres. A verdadeira alternativa é: entre os pobres e o hidronegócio nós ficamos do lado dos pobres.

Leonardo Boff
Pela vida de D. Luiz Cappio, pela vida do rio São Francisco
Por RIO SÃO FRANCISCO 15/12/2007 às 10:05

Lula: "entre os pobres e o bispo, fico do lado dos pobres".
Leonardo Boff: "entre os pobres e o hidronegócio, nós ficamos do lado dos pobres".

Leia e assine o manifesto escrito pelo teólogo Leonardo Boff:

Nós abaixo assinados viemos a público repudiar o atual projeto do governo federal da transposição do Rio São Francisco. Esse projeto é faraônico, não é democrático, porque não democratiza o acesso à água para as pessoas que passam sede na região semi-árida, distante ou perto do rio São Francisco.
O governo alega que vai levar água para 12 milhões de sedentos. O projeto, na verdade, pretende usar dinheiro público para favorecer empreiteiras, o agronegócio, privatizar e concentrar nas mãos dos poucos de sempre as águas do Nordeste, dos grandes açudes, somadas às do rio São Francisco.

Para assinar o manifesto, envie seu nome para: apoio.dom.cappio@gmail.com
Com cópia para: rede@social.org.br

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Amigos


Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.
E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências…
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.
Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar. Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.
Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.
Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo!
Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer…
Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!
A gente não faz amigos, reconhece-os.


(Vinícius de Moraes)