quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Não quero nada em metade.
Antes ter o nada,
Embalado em liberdade,
Que o tudo que se esgota
Numa não realidade.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Kadafi diz que não deixa poder e sofre pressão da ONU

Em discurso transmitido por uma televisão local, o presidente da Líbia, Muamar Kadafi, afirmou nesta terça (22) que vai permanecer no cargo e que as manifestações do país são geradas por “pequenos grupos” influenciados pelos Estados Unidos e pela Tunísia, onde a mobilização popular levou à renúncia do ex-ditador Zine El Abidine Ben Ali.

“Não vou deixar o governo e ficarei até o fim”, disse Kadafi, durante o pronunciamento. “Nós vamos resistir”, completou o líder líbio, há 42 anos no poder. Vestido com seu tradicional traje de cor cáqui, ele falou por mais de vinte minutos. O local escolhido para o discurso foi um palácio em ruínas, antiga residência do presidente que foi alvo de um bombardeio norte-americano em 1986. O ataque matou uma das filhas de Kadafi.

“Muamar Kadafi é o líder da Revolução, sinônimo de sacrifícios até o fim dos dias. Este é o meu país, de meus pais e meus antepassados", afirmou, mencionando o momento em que chegou ao poder, em 1969, quando tinha 27 anos e era membro das tropas que assumiram o governo do país. “Eu vou lutar até a última gota de sangue, com o povo da Líbia por trás de mim”, afirmou.

De acordo com Kadafi, o “Ocidente mercenário” incita os jovens líbios a movimentos contra o governo. “O governo dispõe de arquivos e investigações sobre os líderes [das manifestações de protestos contra o governo]”, disse ele. O coronel afirmou ter “direito de lutar pela Líbia”. “A Líbia quer glória, a Líbia quer estar no topo, no topo do mundo... Sou um guerreiro, um revolucionário de tendas. Vou morrer como um mártir no final”.

O pronunciamento foi intercalado com imagens de manifestantes governistas, nas ruas da capital, Trípoli, segurando bandeiras da Líbia e mais a estátua de uma mão destruindo uma aeronave com o emblema dos Estados Unidos. Ele consultou também seu “Livro Verde”, lançado por ele mesmo em 1975, no qual expõe sua visão sobre a política.

Kadafi prometeu não usar a força contra os manifestantes, mas alertou "aqueles que tomam parte na guerra civil". Nos últimos dias, o governo tem sido acusado de usar helicópteros, aviões e tanques para reprimir oposicionistas que pedem sua renúncia.

Em seu discurso, Kadafi também convocou seu apoiadores a saírem às ruas. "A partir de amanhã, peguem suas crianças, saiam de casa e os ataquem em seus lares. Todos vocês que amam Kadafi vão às ruas, não tenham medo deles." E encerrou conclamando: "O tempo da vitória chegou. À frente, à frente, à frente. Revolução! Revolução!"

(Portal Vermelho)

Nova Greve Geral na Grécia

Trabalhadores do setor público grego inicial hoje uma greve geral de 24 horas em protesto contra as medidas de austeridade implementadas pelo governo frente à crise financeira.A paralisação foi convocada pela Confederação dos Sindicatos de Funcionários Públicos (Adedy) e a União de Funcionários Civis, as maiores organizações sindicais do país, que somam 500 mil filiados.

Os trabalhadores manifestam seu descontentamento com a política de arrocho e cortes sociais impostos pelo Executivo grego ao longo de 2011 para reduzir o déficit público. Eles esperam que o governo reconsidere o plano anti-crise concebido como moeda de câmbio para conseguir ajuda da União Europeia e do FMI, no valor de 10 milhões de euros.

Segundo os organizadores da Adedy, Atenas ficará praticamente toda paralisada nesta quarta-feira, já que o transporte urbano cessará seus serviços, com exceção do metro que funcionará parcialmente.

Ações semelhantes acontecerão por todo país: barcos permanecerão atracados nos portos; tens e ônibus ficarão em seus respectivos terminais já que os condutores somaram-se à paralisação.

Os hospitais públicos somente atenderão casos de emergência. Aeroportos, escolas, órgãos públicos, creches e serviços variados não abrirão até amanhã.

O protesto contra o severo plano de cortes motiva no país protestos quase diários contra, entre outros pontos, a alta dos impostos, a fusão de empresas, o incremento da idade de aposentadoria e congelamento dos salários.

A greve geral convocada para hoje é primeira deste tipo no ano de seis que foram organizadas por sindicatos do setor público em 2010 contra o rigoroso plano de ajustes.

Fonte: Prensa Latina

Sob protestos, Estado norte-americano vota lei que proíbe negociações trabalhistas

O estado norte-americano de Wisconsin deve votar na tarde desta quarta-feira (23/2) um projeto de lei que pretende proibir negociações coletivas entre os funcionários públicos. Segundo o governador Scott Walker, do Partido Republicano, o objetivo é diminuir o déficit fiscal estadual de 137 milhões de dólares.

Para tentar barrar a medida, cerca de 70 mil manifestantes ocuparam o centro da capital de Wisconsin, Madison, de acordo com o jornal Houston Chronicle. Os protestos começaram há duas semanas.

Diante da polêmica, Walker afirmou ontem que, se a lei não for aprovada, 1500 postos de trabalho serão suprimidos. Ele acrescentou que os trabalhadores que estão faltando como forma de protestos podem começar a receber notificações de demissão já na próxima semana.

O principal motivo dos protestos é a intenção de retirar dos sindicatos dos trabalhadores públicos o direito de discutir condições de trabalho e benefícios. Se a lei for aprovada, os sindicalistas de Wisconsin – estado pioneiro na adoção de direitos trabalhistas – também terão que aumentar suas contribuições para o sistema de pensões e de seguro médico, aliviando assim as despesas estatais. A medida permitiria poupar cerca de 150 milhões de dólares por ano.

Walker foi eleito governador em novembro do ano passado, com apoio do movimento conservador Tea Party e dos sindicatos dos policiais e bombeiros. Essas duas categorias não estão incluídas no projeto de lei.

No Legislativo de Wisconsin, a maioria é republicana, mas os deputados democratas optaram por não estarem presentes na votação, numa tentativa de não formar o quórum necessário para aprovar a lei.

Além de Wisconsin, houve manifestações em outros estados como Ohio, “em apoio aos trabalhadores ameaçados em Wisconsin” e para afastar a possibilidade de serem discutidos projetos similares em outros locais.

A iniciativa do governo de Wisconsin divide opiniões. Enquanto os trabalhadores tentam evitar sua aprovação, argumentar ser um pretexto para tirar “os direitos trabalhistas”, o Tea Party realizou uma marcha em respaldo à medida, alegando ser necessária para enfrentar o déficit fiscal.

Na avaliação do Nobel da Economia Paul Krugman, colunista do jornal local The New York Times, a proposta de Walker é um “sério ataque contra direitos democráticos conquistados nos últimos 50 anos”. “O que está a acontecer no Wisconsin é o fim do processo democrático”, escreveu Krugman

Opera Mundi

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Salas e corredores. Lugar limpo, 'desinfectado', higienizado, branco.
Pessoas que se cumprimentam, pessoas que se movimentam.
Passo pelo corredor, abro uma porta.
Pergunto, não ouço resposta.
Ao redor, armários abarrotados com processos. O chão numerado de um a sete, com pilhas de processos que se seguem e se (des)organizam.
Acima dos armários, processos.
Ao lado da janela enorme e com uma vista bonita, processos.
Sob as mesas, processos.
Segurando a porta, processos.
Confundindo as pessoas, processos.
Processos, processos, pessoas, processos.
Finalmente meu chamado foi ouvido.
Pessoal da Universidade? Processos da Lei Maria da Penha?
Não vai dar.
24 audiências hoje, não há tempo para pesquisas ou estudos.
Talvez amanhã.
Volto pra casa desolada, irritada, confusa.
O serviço público. As pessoas.
Os processos, que impatam a visão.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

How I wish, how I wish you were here
We're just two lost souls
Swimming in a fish bowl,
Year after year,
Running over the same old ground.
What have we found?
The same old fears
Wish you were here

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Medo do escuro

Que medo eu tenho de enfrentar esse monstro que é a Academia.
A cada dia que passa eu percebo isso com mais clareza. Dá vontade de me esconder, de parar por aqui, de mudar de plano.
É tudo.
Tude me assusta.
A estrutura, a burocracia, as pessoas.
E eu me sinto pequena e sem maturidade alguma pra lidar com esse gigante.
As pessoas amigas me dizem que todo lugar, enquanto contradição, tem seus podres. Tudo é um pouco podre no fim das contas, e que talvez a Academia não seja o pior dentre todos os podres.
E a burocracia? Ixe! Essa me faz entrar em depressão, tira meu sono, me deixa completamente louca.
Quero nem falar disso.
Mas o que mais me assusta é que a podridão acadêmica não é declarada, não é clara, não é explícita. É como um movimento cultural que se assenta sem que os alienados passivos o percebam. A Academia é podre sem que ninguém perceba. A não ser que você veja a partir do que eu chamo de Núcleo Duro.
É chegando perto desse Núcleo que se percebe realmente certas coisas.
E é claramente perceptível que esse Monstro não deixa que qualquer pessoa se incorpore ao seu patrimônio humano. É preciso ter aquele perfil exato, de quem é esperto e não dá tiro no escuro.
Coitada de mim.. Até medo do escuro eu ainda tenho.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Raindrops Keep Falling On My Head...


Raindrops keep falling on my head
And just like the guy
Whose feet are too big for his bed
Nothing seems to fit
Those raindrops keep falling on my head
They keep falling

So I just did me some talking to the sun
And I said I didn't like
The way he got things done:
Sleeping on the job
Those raindrops keep falling on my head
They keep falling

But there's one thing, I know,
The blues they sent to meet me
Won't defeat me;
It won't be long
Till happiness steps up to greet me

Raindrops keep falling on my head,
But that doesn't mean
My eyes will soon be turning red
Crying's not for me
Cause I'm never gonna stop the rain
By complaining
Because I'm free,
Nothing's worrying me!
It won't be long,
Till happiness steps up to greet me.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Mubarak abandona o poder

sex, 2011-02-11 14:30

O presidente abandonou o Cairo nesta sexta-feira junto com a família; multidão comemora nas ruas

O presidente do Egito, Hosni Mubarak, renunciou à presidência e entregou o poder às Forças Armadas, anunciou nesta sexta-feira (11) o vice-presidente, Omar Suleimán. Na cidade do Cairo, capital do país, centenas de pessoas celebram a notícia.

"Mubarak renunciou. As ruas do Cairo são um clamor. Há gritos, abraços", informou o correspondente da Telesur, Rodrigo Hernández.

Desde as primeiras horas desta sexta-feira, circulou a infomação de que Mubarak havia abandonado a capital junto com sua família e se dirigido a uma de suas residências na cidade portuária de Sharm el Sheij, próximo do Mar Vermelho, duas semanas depois de intensas manifestações que exigiam sua saída do poder. A informação foi dada pela presidência, de acordo com informações do correspondente da Prensa Latina no Egito, Ulises Canales.

"A presidência da República acaba de confirmar que se encontra com sua família em Sharm el Sheij, mas nega que isso signifique ou tenha relação com uma eventual saída do país", informou o correspondente.

Na quinta-feira (10), o mandatário havia anunciado, em um discurso transmitido ao vivo, que transferia os poderes ao seu vice-presidente, Omar Suleimán. No entanto, afirmou que iria permanecer no cargo até as eleições de setembro.

Durante o discurso, ele afirmou que não participaria do próximo pleito, mas que "viverá e morrerá no Egito".

Brasil de Fato

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Hoje eu tenho apenas
Uma pedra no meu peito
Exijo respeito
Não sou mais um sonhador
Chego a mudar de calçada
Quando aparece uma flor
E dou risada do grande amor
Mentira

EUA, Espanha e México são os principais consumidores de pornografia infantil, diz relatório

Os Estados Unidos, a Espanha e o México são os países que mais acessaram arquivos de pornografia infantil na internet em 2010, segundo o relatório apresentado nesta terça-feira (08/02) pela Fundação Alia2, grupo espanhol dedicada a analisar e denunciar o fenômeno na rede.

O estudo, que foi realizado entre janeiro e setembro do ano passado, detectou 421.368 arquivos com pornografia infantil. Destes, 21% (86.767 arquivos) foram baixados por norte-americanos, 11% (47.742 arquivos) por espanhóis e 7% (31.433 arquivos) por mexicanos.

Segundo a fundação, o objetivo é continuar o levantamento nos próximos meses e, posteriormente, fornecer os dados para as forças de segurança espanholas, com o objetivo de obter um mapa das redes de pornografia infantil.

O relatório também atenta para problemas como a ausência de uma legislação adequada para crimes cometidos via internet, apesar do convênio firmado em outubro pela União Europeia, que inclui ciberdelinquência e cyberbullying como delitos que devem ser julgados pelo código penal. Mesmo assim, muitos dos internautas que cometem tais crimes não são identificados, pois se escondem através de falsas informações, dificultando a infiltração nas redes de pedofilia.

Segundo os autores do relatório, que apresentaram o documento nesta manhã em Madri, essas redes estimulam a pedofilia. De acordo com Juan Salom, comandante e chefe da Unidade de Delitos da Guarda Civil espanhola, o estimula à pedofilia é uma das principais preocupações. Ele afirma que a maioria dos internautas que acessam matérias de pornografia infantil posteriormente se envolvem com casos de pedofilia.

"Os sites de sexo estimulam o consumo da pornografia infantil, e isso é bastante perigoso pois instiga jovens a ultrapassar a fronteira entre o consumo e o abuso sexual" disse Salom, em Madri, durante a apresentação do relatório.

Apesar disso, ainda não há nenhum estudo oficial que mapeie o perfil dos pedófilos e dos consumidores de pornografia infantil e prove a ligação entre as duas coisas. Segundo o jornal ABC, a Universidade de Jaén, na Espanha e a Defensoria de Menores de Madri trabalham em duas análises distintas para definir características e identificar os internautas consumidores de pornografia infantil. Os estudos, porém, ainda não estão concluídos.

O desenvolvimento das novas tecnologias, bem como a possibilidade de redistribuir arquivos entre internautas, têm facilitado acesso a esse tipo de material. Mesmo assim, não foram desenvolvidas ferramentas capazes de acompanhar e identificar os delitos na rede.

A apresentação do relatório coincide com o Dia da Internet Segura, um evento que acontece todos os anos com o objetivo de promover em todo o mundo uma utilização segura e responsável das novas tecnologias, especialmente entre as crianças e jovens.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

E se, de repente
A gente não sentisse
A dor que a gente finge
E sente
Se, de repente
A gente distraísse
O ferro do suplício
Ao som de uma canção
Então, eu te convidaria
Pra uma fantasia
Do meu violão

(Chico Buarque - Fantasia)

___________________________________________

E se, de repente
A gente vivesse
Inocente
Escondendo e fingindo
Que dor que a gente sente
Está se esvaindo
E a gente, sorridente
For se distraindo
Será que, de repente,
Estaria, realmente
A dor enfim partindo?

WIKLEAKS: Em português: tradução do documento que classifica os brasileiros de “bons”, “maus” e “feios”

Isso é simplesmente INACREDITÁVEL.

Leia abaixo a tradução feita pelo Opera Mundi (por Alexandre Moschella) do documento do Consulado dos EUA em São Paulo que classifica os brasileiros que pedem visto para os EUA em “bons”, “maus” e “feios” (leia o texto original e reportagem do Opera Mundi sobre o assunto):

ID de Referência: 05SAOPAULO1321
Criado: 2005-12-01 10:10Liberado: 2011-02-01 00:12
Classificação: NÃO CONFIDENCIAL//APENAS PARA USO OFICIAL
Origem: Consulado em São Paulo

Este registro é um extrato parcial do telegrama original. O texto completo do telegrama original não está disponível.

1. (U) Como observado em Ref A, o Brasil assistiu a um aumento dramático nos vistos de trabalho temporário (H2B) no último ano. Os requerentes em São Paulo geralmente se enquadram em três categorias:

1) brasileiros jovens, com educação, que vão passar vários meses em resorts, estações de esqui e cassinos indígenas para ganhar algum dinheiro (os bons),

2) parentes e amigos de brasileiros nos EUA que pretendem trabalhar para paisagistas, lavanderias, mercados de peixe e outras pequenas empresas, predominantemente no Nordeste dos Estados Unidos (os maus), e

3) candidatos a imigrantes sem qualificação que pagam US$ 3.000 ou mais a intermediários de empregos por uma chance de entrar nos EUA (os feios). O primeiro grupo é formado na maior parte por jovens de famílias de classe média que buscam ganhar dinheiro e melhorar seu inglês. O segundo grupo representa riscos maiores porque muitos requerentes previamente aprovados para os mesmos empregadores não voltaram, tornando difícil para os aspirantes a empregos escapar da Seção 214b da INA [Lei de Imigração e Naturalização]. O terceiro grupo é formado na maior parte por pessoas pobres, desesperadas, que emprestaram dinheiro para pagar taxas de intermediação escandalosamente altas.

2. (SBU) De janeiro a 28 de novembro de 2005, São Paulo entrevistou 1.515 casos de H2B, quase 200% a mais do que no mesmo período de 2004. Os índices de recusa aumentaram de 30% em 2004 para 49% em 2005. Embora o Brasil, considerando-se sua distância, tradicionalmente não envie grandes números de trabalhadores temporários para os Estados Unidos, o padrão parece estar mudando. Os brasileiros podem ganhar bem mais dinheiro nos EUA (para comprar uma casa ou carro ou abrir um negócio ao regressar a seu país) e existe uma rede crescente de apoio à comunidade de imigrantes, particularmente na Nova Inglaterra.

OS BONS ——-

São Paulo assiste a um grande número de brasileiros, na maioria jovens, ir trabalhar com pedidos de H2B para hotéis, resorts e, ultimamente, cassinos indígenas. Os pedidos vão da Marriott Corporation à Vail Corporation e ao Mohegan Sun Casino. Os requerentes normalmente têm alguma educação superior e planejam passar vários meses nos EUA para ganhar dinheiro. Muitos são empregados que retornam. A maioria dos requerentes é nomeada nos pedidos e não há substituição indiscriminada de beneficiários. Números significativos de candidatos têm vistos de turista e as companhias parecem ter processos de triagem rigorosos. A maioria desses requerimentos de visto é atendida.

OS MAUS ——-

À medida que cresce o número de brasileiros que vivem na Nova Inglaterra, continuamos a ver pequenos empregadores dos EUA fazendo requerimentos de H2B para jardineiros, faxineiros, trabalhadores da construção etc. Embora tenhamos considerável simpatia por esses casos, pois os empregadores estão tentando contratar essas pessoas legitimamente, o problema é que há pouco ou nenhum exame minucioso dos requerentes no Brasil. Como consequência, a qualidade dos requerentes varia, com os casos de desesperados por trabalho tendendo a prejudicar aqueles que poderiam estar planejando legitimamente uma viagem temporária. Além disso, os índices de retorno não são altos para a maioria dos pedidos, o que prejudica futuros requerimentos.

OS FEIOS ——–

São Paulo recebe centenas de pedidos por ano de companhias como WorkUSA, JobsUSA e Proline Management, que usam requerimentos aprovados para trabalhadores não identificados, ou requerimentos identificados com substituições de 100%, para recrutar aspirantes pobres e desesperados, dispostos a pagar a partir de US$ 3.000 por uma chance de se candidatar a um visto de trabalho temporário (ver ref A para mais detalhes). Tipicamente, os trabalhos são de limpeza em hotéis localizados em todo o território dos EUA. Alguns recebem um reembolso parcial se o visto é negado, mas todos têm de pagar quantias exorbitantes para se tornar beneficiários do H2B. Invariavelmente, os requerentes emprestam dinheiro ou vendem um carro para financiar o pedido de visto e não podem ter a esperança de ganhar dinheiro suficiente nos quatro ou cinco meses de validade da petição para fazer valer uma viagem de ida e volta. Negamos a maioria desses requerimentos. Alguns cujos pedidos são atendidos chegam aos EUA para descobrir que não têm trabalho. No fim, os recrutadores ganham uma fortuna às custas do público inocente, as entrevistas de visto no consulado são inchadas por esses casos terríveis e poucos vistos são concedidos. Só os recrutadores se beneficiam.

Entre os primeiros indivíduos a reconhecer as oportunidades financeiras representadas pelos vistos H2B estão os traficantes de pessoas. Contrabandistas que mantinham um negócio lucrativo transportando brasileiros desesperados via México, Argentina ou Caribe enxergaram uma maneira mais barata e menos arriscada de lucrar com a mesma clientela (a rota do México custava US$ 10.000). Uma investidora em uma agência de recrutamento de H2B disse à unidade de fraudes do Posto que seu companheiro a enganou e fugiu para a Europa com um passaporte falso levando todo o seu investimento. Ele levou todas as taxas dos requerentes e cinco potenciais imigrantes ilegais para a Europa. A unidade de fraudes entrou em contato com o Departamento de Segurança Interna, que impediu esse contrabandista de entrar nos Estados Unidos.

COMENTÁRIO ——-

Um problema que nos perturba continuamente é a falta de uma base de dados comum para garantir que os agentes dos requerentes não estão substituindo ou enviando mais trabalhadores do que deveriam. Para este fim, o posto apoia a base de dados dos beneficiários de H2B no CCD [Base de Dados Consular Consolidada]. Precisamos deter a facilitação de casos “feios”. Sugerimos exigir que apenas empregadores possam requerer trabalhadores. Os requerentes nos piores casos são tipicamente recrutadores ou agências que colocam os trabalhadores. Os casos são muito menos problemáticos quando uma companhia como a Marriott é, ela própria, a requerente (a Marriott, especialmente, tem um programa de recrutamento exemplar no Brasil). Também é preciso haver sanções para dissuadir essas agências de recrutamento locais de cobrar taxas exorbitantes. As autoridades brasileiras manifestaram algum interesse em dissuadir essas agências, mas, sob as atuais leis brasileiras, o processo é muito difícil.

(SBU) Gostaríamos de poder emitir mais casos “ruins”. Quando um empregador pode comprovar que seus trabalhadores de anos anteriores retornaram, o índice de emissões dispara. Com muita frequência, no entanto, temos requerentes como uma companhia de limpeza de Massachusetts da qual todos os beneficiários do ano anterior desapareceram no meio da grande população brasileira ilegal em Massachusetts. Talvez a participação futura dos empregadores no programa H2B pudesse ser condicionada à taxa de retorno de seus empregados anteriores.

(U) Enquanto isso, na próxima vez em que vocês estiverem jogando em Connecticut ou embarcando em um teleférico em uma estação de esqui, sugerimos que vocês cumprimentem os empregados dizendo “bom dia” [em português].

McMullen

(OPERALEAKS)

Wikileaks: Mubarak é um símbolo de estabilidade, disse embaixada dos EUA

Despacho da embaixada norte-americana, no Cairo, divulgado pelo Wikileaks, revela que os Estados Unidos consideravam Mubarak como “um símbolo de estabilidade no Oriente Médio”. O documento, de outubro de 2007, era dirigido a John Pistole, diretor do FBI, prestes a visitar o Egito. Na mensagem, a embaixada faz um resumo da situação política egipcía e das relações diplomáticas entre os dois países.

“(Mubarak) vê os interesses do Egito com relação as questões regionais – terrorismo, Iraque, Israel, Palestina e Sudão – de uma forma muito parecida com a nossa”, diz o texto. Apesar da aproximidade política, a embaixada faz uma ressalva quanto a ausência de reformas políticas: “A sua relutância em iniciar reformas internas, diminui a sua influência e o ‘tamanho do Egito”.

De acordo com o embaixador Francis Ricciardone, autor do despacho, o crescimento da Irmandande Muçulmana, na eleição parlamentar de 2005, seria um das justificativas usadas pelo presidente egipcio para não dar início a um processo de reformas políticas. “Picado pelos avanços da Irmandade Muçulmana, Mubarak recuou de muitas das suas promessas anteriores sobre reforma política”, diz Ricciardone.

A mensagem demonstra que Mubarak não tinha bons relacionamento com seus opositores. Segundo as informações do texto, o governo restringia a liberdade política e de imprensa. “O ex-candidato presidencial da oposição, Ayman Nour, permanece doente e preso. As detenções de defensores da democracia continuam e o governo começou a reprimir a liberdade de expressão, julgando editores, jornalistas e blogueiros”, avisa o documento.

O texto expõe que os EUA sabiam que Mubarak – na época em que o documento foi escrito ele estava há 26 anos no poder – não tinha pretensões de promover reformas democráticas no Egito. “Mubarak agora torna público a sua escassa pretensão de promover uma visão para a mudança democrática.”, revela o documento.

Relações conjuntas

A mensagem indica, também, que o governo egipcio é um importante aliado no combate ao terrorismo: “Mantemos uma estreita cooperação em assunto ligados ao anti-terrorismo”, diz o texto.

Outra trecho afirma que é improvável que existam grupos terroristas atuando no Egito, graças “a vigilância e eficácia dos serviços de segurança, além da oposição ativa do governo ao de terrorismo islâmico”.

A embaixada comenta que estava desenvolvendo um programa treinamento para que a polícia egpícia agisse melhor quanto as questões relacionas aos direitos humanos. O documento explica que o governo do Egito recebia diversas críticas de desrepeito aos direito humanos, inclusive “abusos contra prisioneiros”

Operaleaks