Despacho da embaixada norte-americana, no Cairo, divulgado pelo Wikileaks, revela que os Estados Unidos consideravam Mubarak como “um símbolo de estabilidade no Oriente Médio”. O documento, de outubro de 2007, era dirigido a John Pistole, diretor do FBI, prestes a visitar o Egito. Na mensagem, a embaixada faz um resumo da situação política egipcía e das relações diplomáticas entre os dois países.
“(Mubarak) vê os interesses do Egito com relação as questões regionais – terrorismo, Iraque, Israel, Palestina e Sudão – de uma forma muito parecida com a nossa”, diz o texto. Apesar da aproximidade política, a embaixada faz uma ressalva quanto a ausência de reformas políticas: “A sua relutância em iniciar reformas internas, diminui a sua influência e o ‘tamanho do Egito”.
De acordo com o embaixador Francis Ricciardone, autor do despacho, o crescimento da Irmandande Muçulmana, na eleição parlamentar de 2005, seria um das justificativas usadas pelo presidente egipcio para não dar início a um processo de reformas políticas. “Picado pelos avanços da Irmandade Muçulmana, Mubarak recuou de muitas das suas promessas anteriores sobre reforma política”, diz Ricciardone.
A mensagem demonstra que Mubarak não tinha bons relacionamento com seus opositores. Segundo as informações do texto, o governo restringia a liberdade política e de imprensa. “O ex-candidato presidencial da oposição, Ayman Nour, permanece doente e preso. As detenções de defensores da democracia continuam e o governo começou a reprimir a liberdade de expressão, julgando editores, jornalistas e blogueiros”, avisa o documento.
O texto expõe que os EUA sabiam que Mubarak – na época em que o documento foi escrito ele estava há 26 anos no poder – não tinha pretensões de promover reformas democráticas no Egito. “Mubarak agora torna público a sua escassa pretensão de promover uma visão para a mudança democrática.”, revela o documento.
Relações conjuntas
A mensagem indica, também, que o governo egipcio é um importante aliado no combate ao terrorismo: “Mantemos uma estreita cooperação em assunto ligados ao anti-terrorismo”, diz o texto.
Outra trecho afirma que é improvável que existam grupos terroristas atuando no Egito, graças “a vigilância e eficácia dos serviços de segurança, além da oposição ativa do governo ao de terrorismo islâmico”.
A embaixada comenta que estava desenvolvendo um programa treinamento para que a polícia egpícia agisse melhor quanto as questões relacionas aos direitos humanos. O documento explica que o governo do Egito recebia diversas críticas de desrepeito aos direito humanos, inclusive “abusos contra prisioneiros”
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