sexta-feira, 22 de abril de 2011

Às vezes vou vendo de longe,
fingindo que não vejo.
Deixando em banho-maria,
aproveitando o ensejo.
E, mais complicado seria,
E se fosse possível, faria,
Assumir o que está presente,
Do jeito que deveria.
Sendo que, o que se está vendo
Não é apenas um sendo
É o que, simplesmente,
Parece estar acontecendo
Ou algo que se tem em mente,
mentindo fortemente.
Pode nem ser verdade
Pode ser só a tarde
Depois de um longo dia
Quando o sol já esquentou tanto
Que quase perde o encanto
O muito pouco que havia.
A tarde é poesia.
É avermelhada melodia
Que o céu vai aos poucos tingindo.
Pena que vou fingindo
Que o dia não está caindo
E que não estou vendo
O que, sem nem ser,
já está sendo.

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