segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Euforia, banho de sangue e caos no Egito

Os tanques egípcios, os manifestantes sentados sobre eles, as bandeiras, as 40 mil pessoas que choravam e alentavam os soldados na Praça da Liberdade, enquanto rezavam ao redor deles os irmãos da Irmandade Muçulmana, sentados entre os passageiros dos tanques. Seria o caso de comparar isso com a liberação de Bucareste? Sentado sobre um dos tanques de fabricação dos EUA, só podia recordar aquelas cenas cinematográficas maravilhosas sobre a liberação de Paris. Uns dois metros dali, a polícia de segurança de Hosni Mubarak, com seus uniformes pretos ainda disparava contra os manifestantes que estavam próximos do Ministério do Interior. Era uma celebração de uma vitória selvagem e histórica: os mesmos tanques de Mubarak estavam liberando a capital de sua própria ditadura.

Na pantomima do mundo de Mubarak – e de Barack Obama e de Hillary Clinton, em Washington -, o homem que ainda se autoproclama presidente do Egito realizou a eleição mais absurda de um vice-presidente para acalmar a fúria dos manifestantes. O eleito foi Omar Suleiman, chefe dos negociadores egípcios com Israel e um antigo agente da inteligência, um homem de 75 anos, com vários anos de visitas a Tel Aviv e a Jerusalém, assim como com vários infartos que os provam. Como este funcionário enfrentará a raiva e o desejo de libertação de 80 milhões de egípcios fica a cargo da imaginação. Quando contei aos que estavam ao meu redor no tanque sobre a designação de Suleiman, começaram a rir.

As tropas, em roupas esgarçadas, rindo e até aplaudindo, não manifestaram qualquer intenção de borrar a grafitagem que a multidão tinha pintado nos tanques: “Fora Mubarak” e “Teu regime está acabado, Mubarak”, aparecia em cada um dos tanques que percorriam as ruas do Cairo. Em um dos tanques que davam a volta ao redor da Praça da Liberdade estava um dos Irmãos Muçulmanos, Mohamed Beltagi. Mais cedo tinha passado perto um comboio de veículos blindados que estavam a postos próximo ao subúrbio de Garden City, enquanto as pessoas abriam o caminho entre as máquinas e levavam laranjas aos soldados, aplaudindo-os como patriotas egípcios.

Mais do que a tresloucada eleição do vice-presidente de Mubarak e do que a designação de um convescote num governo sem poder, as ruas do Cairo demonstraram que os líderes dos EUA e da União Europeia (UE) não entenderam nada. Acabou-se. Os débeis intentos de Mubarak, ao declarar que se deve terminar com a violência, quando sua própria segurança policial foi responsável, nos últimos cinco dias pelos atos mais cruéis, incendiou ainda mais a fúria daqueles que passaram 30 anos sob uma ditadura sanguinária. Prova disso são as suspeitas de que muitos dos saques estão sendo levados a cabo por policiais civis, assim como o assassinato de 11 homens numa área rural há 24 horas, para destruir a integridade dos manifestantes que estão tentando tirar Mubarak do poder.

A destruição de um número importante de centros de comunicações por parte dos homens com rostos tapados, que devem ter sido coordenados de alguma maneira, também levantou o alerta e veio a ideia de que os responsáveis seriam os agentes da civil que tinham golpeado os manifestantes. Mas os incêndios de delegacias de polícia no Cairo, em Alexandria e Suez, assim como em outas cidades foram obra dos policiais civis. Quase à meia noite de sexta para sábado, multidões de homens jovens atiçaram fogo ao longo da auto estrada de Alexandria.

Infinitamente mais terrível foi o vandalismo no Museu Nacional do Egito. Depois de a polícia abandonar o lugar, os saqueadores arrombaram a porta do edifício pintado de vermelho e destruíram estátuas faraônicas de quatro mil anos, múmias egípcias e impressionantes botes de madeira originariamente talhados para acompanhar os reis em suas tumbas. Mais uma vez, deve-se dizer, circularam rumores de que a polícia tinha causado esses atos de vandalismo antes de ter abandonado o museu na sexta à noite. Tudo parece recordar o que se passou no museu de Bagdá em 2003. O saque não foi tão grave como o do Iraque, mas o desastre arqueológico é pior. Os manifestantes se reuniram à noite, em círculo, na Praça da Liberdade, para rezar.

E também houve promessas de vingança. Uma equipe da cadeia de televisão Al Jazeera encontrou um depósito com 23 cadáveres em Alexandria, aparentemente assassinados pela polícia. Muitos tinham seus rostos horrorosamente mutilados. Outros onze mortos foram descobertos num depósito no Cairo. As famílias, que se congregaram ao redor de seus restos ensanguentados, prometiam represálias contra os policiais.

O Cairo agora oscila da euforia à mais sombria cólera em questão de minutos. Ontem pela manhã cruzei a ponte do rio Nilo para ver as ruínas do quartel do partido de Mubarak. Em frente, seguia de pé um pôster que promovia as bondades do oficialista Partido Nacional Democrata (PND), as promessas que Mubarak, não pôde cumprir em 30 anos. “Tudo o que queremos é a saída de Mubarak, novas eleições e nossa liberdade, e honra”, disse-me um psiquiatra de 30 anos.

A denúncia de Mubarak de que essas manifestações seriam parte de um “plano sinistro” é o núcleo de seu pedido de reconhecimento internacional. De fato, a resposta de Obama foi uma cópia exata de todas as mentiras que Mubarak está usando durante três décadas, para defender seu regime. O problema é o de sempre: as linhas do poder e as da moralidade não se unem quando os presidentes estadunidenses tem de tratar com o Oriente Médio. A liderança moral dos Estados Unidos desaparece quando se trata de confrontar os mundos israelense e árabe. E o exército egípcio é parte dessa equação. Recebe 1,3 milhões de dólares de ajuda estadunidense. O comandante dessas forças armadas e amigo pessoal de Mubarak, o general Mohamed Tantawi estava em Washington, no momento em que a polícia tratava de reprimir com violência os manifestantes. O final pode ser claro. A tragédia ainda não terminou.
 
(Carta Maior)

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Judiciário valida proibição do casamento gay na França

28/01/2011 - 09:51

Efe Paris

O Conselho Constitucional da França, autoridade constitucional máxima do país, endossou nesta sexta-feira a proibição ao casamento gay no país, alegando que o veto segue as determinações do Código Civil e da Constituição. Para o principal órgão constitucional francês não existe uma discriminação na lei que estabelece o casamento uma união de um homem e de uma mulher.

No entanto, o Conselho assinalou que cabe ao Parlamento modificar a norma se considerar necessário legalizar esse tipo de uniões, sem que a atual, que proíbe os casamentos homossexuais seja contrário à Constituição.

A instância considerou que a lei atual não priva os homossexuais do direito constitucional de terem uma vida familiar normal, já que têm a opção de viver "em concubinato" ou constituir um casal de fato. "Esse direito não implica que os casais do mesmo sexo possam casar-se", estabeleceu em sua sentença o Constitucional.

O tribunal acrescentou que os artigos do Código Civil que mencionam que o casamento é a união de um homem e uma mulher não constituem uma ruptura do princípio de igualdade, já que o legislador é livre para estabelecer uma diferença entre casais homossexuais e heterossexuais.

Desta forma, o Conselho adotou uma postura similar a de meses atrás quando questionou a constitucionalidade da autorização de adoção aos casais homossexuais. Como naquela ocasião, o organismo não quis condicionar as mudanças legislativas e remeteu aos parlamentares essa tarefa.

Reação

As associações de homossexuais mostraram sua decepção pela decisão que consideraram "falta da coragem que representa uma instância que pretende ser uma Corte Suprema".

Para o advogado Emmanuel Ludot, que representa o casal de lésbicas que levou a questão até o Constitucional, a decisão do Conselho é política. "A um ano das eleições não quiseram intervir e enviaram a batata quente aos candidatos", disse à agência Efe o defensor.

Apesar de sua decepção, o advogado garantiu que vai continuar buscando resquícios legais para tentar avançar na causa do casamento homossexual.

Concretamente, Ludot quer agora que o Constitucional se pronuncie sobre o direito que se inscrevam nos registros franceses as bodas contraídas por cidadãos franceses em outros países, incluindo as de homossexuais que tenham casado em países onde estas uniões são legais.

Assim, o advogado anunciou que suas clientes vão casar-se em Barcelona e, posteriormente, pedirão que sua união seja aceita na França, embora isso leve ao retorno diante do Constitucional.

Mais dura se mostrou a defensora da Associação de Pais e Futuros Pais Gays e Lésbicas (APGL), Caroline Mecary, que acusou ao Constitucional de falta de coragem. "Deixaram escapar uma ocasião histórica de encerrar uma discriminação que sofrem 3 milhões de homossexuais franceses que não podem casar-se", afirmou.

Opera Mundi

STF nega liminar e encerra chances de Cássio ser empossado dia 1°

28/01/2011 13:48
Jhonathan Oliveira

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Cezar Peluso, indeferiu o pedido de liminar formulado na Ação Cautelar (2772) impetrada pelo ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB). O tucano buscava ter garantido o direito de assumir o mandato de senador, antes do mérito do seu recurso ser julgado pelo STF.

Cássio foi o candidato mais votado nas eleições para o senado em 2010, mas teve sua candidatura barrada com base na Lei da Ficha Limpa. “Indefiro a medida liminar, sem prejuízo de que a reaprecie incontinenti o Excelentíssimo Ministro Relator, a quem devem os autos ser conclusos no primeiro dia de fevereiro”, afirmou Peluso em sua decisão.

Com isso, o ex-governador terá que aguardar o julgamento do mérito do seu recurso. A ação tem como relator o ministro Celso de Melo e pode ser analisada a partir da próxima semana quando se encerram as férias do Poder Judiciário.

A decisão do presidente do STF também garante a posse de Wilson Santiago (PMDB), terceiro colocado nas eleições, como senador na próxima terça-feira (1°).
 
Portal Paraiba 1

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

STJ e Lei Maria da Penha: Instituições que não nos representam deturpam leis democráticas que nos protegem

A decisão da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de que os processos de indiciados pela Lei Maria da Penha (11.340/2006) podem ser suspensos por um período de dois a quatro anos e que, após este período, a punibilidade pode ser extinta, foi recebida com indignação pelos movimentos feministas, movimentos de mulheres e, sobretudo, pelas mulheres brasileiras.

Essa decisão permite –mas não obriga- que os agressores deixem de ser punidos por seus crimes, caso não cometam faltas no período determinado. Na prática, mecanismos destinados a crimes de “menor potencial ofensivo” voltam a ser aplicados para casos de violência doméstica e familiar contra as mulheres.

Somente o peso da mão do poder patriarcal explica tamanha deturpação de nossos direitos. Em primeiro lugar, este entendimento contraria a vontade das/os cidadãs/ãos: uma pesquisa recente, realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), mostrou que quase 82% dos brasileiros consideram que este tipo de violência é um “grande problema da nossa sociedade”, contrariando a idéia de que sejam crimes de menor potencial ofensivo.

Em segundo lugar, o posicionamento da Sexta Turma do STJ contribui para o agravamento das dimensões da violência contra as mulheres no Brasil. Dez mulheres são assassinadas todos os dias em nosso país, 70% delas por seus companheiros. Em um ranking composto por 73 países, o Brasil é o 12º com maior taxa de homicídios de mulheres[1]. Nossas taxas são piores do que países como México, África do Sul e Suriname.

Entretanto, a violência letal é apenas a ponta do iceberg. Os dados existentes sobre agressões físicas, psicológicas, morais e patrimoniais são impressionantes: 43% das mulheres já foram vítimas da violência machista; 33% já sofreram agressões físicas; e 6,8 milhões já foram espancadas.

Este quadro não será revertido apenas com boas intenções. São necessárias políticas públicas e mecanismos para garantir que, logo nas primeiras ocorrências da violência, as mulheres sejam protegidas. E é exatamente esse objetivo, mais do que uma punição desmedida de quem comete a agressão, que a Lei Maria da Penha persegue. A prisão do agressor é pensada como um recurso de proteção das vítimas, para que estas tenham tempo de reestruturar suas vidas, de exercitarem seu direito de ir e vir e de viverem livres de ameaças.

Cada detalhe da Lei foi pensado para que as brasileiras tivessem seus direitos garantidos: a violência é considerada em suas dimensões físicas, morais, psicológicas e patrimoniais; foram introduzidas as medidas protetivas, até então inéditas no direito brasileiro; eliminou-se a possibilidade das vítimas “retirarem a queixa” para que as mulheres deixassem de ser chantageadas e punidas pelos agressores; a violência contra as mulheres deixou de ser considerada crime de menor potencial ofensivo e passou a ser uma infração aos direitos humanos; foram previstos os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher e serviços e políticas públicas para dar efetividade à Lei; e, pela primeira vez, o direito brasileiro reconheceu a união afetiva entre pessoas do mesmo sexo.

Em terceiro lugar, a ação da Sexta Turma do STJ atropela mais de vinte anos de luta das mulheres, marcados por reivindicações e diálogos com parlamentares e com o poder Executivo. A sociedade civil teve um papel fundamental na redação da Lei, o que contribuiu para sua riqueza e fez com que a Organização das Nações Unidas (ONU) a considerasse como uma das três melhores leis do mundo para combater a violência contra as mulheres.

Sua criação foi comemorada por muitas/os operadoras/es de direito, que participaram da reivindicações e que se viam impotentes diante das repetidas agressões e homicídios de mulheres. Ainda assim, resistências, questionamentos e iniciativas que enfraquecem nossos direitos mostram que o machismo não foi superado no interior do Poder Judiciário e que as mulheres ainda não têm seus direitos plenamente reconhecidos pelo órgão que ficou conhecido como “Tribunal da Cidadania”. Somos consideradas cidadãs de segunda categoria, uma vez que descartam medidas que garantiriam nossa integridade física, psicológica e moral.

Felizmente, nem todas as decisões do STJ têm prejudicado a cidadania feminina. Em outubro de 2010, essa mesma corte reconheceu a importância da Lei ao decidir que o processo contra agressões não dependia do pronunciamento da vítima, contrariando uma decisão anterior de fevereiro do mesmo ano.

Entretanto, a estrutura que permite a revogação de nossos direitos está longe de ser transformada. Conforme informa o assessor do INESC Edélcio Vigna, das/os 30 ministras/os do STJ, apenas cinco são mulheres. Há apenas um ministro negro e nenhuma mulher negra tem assento na corte.

Ao STJ cabe o importante papel de zelar pela uniformidade de interpretações da legislação federal brasileira, que é fundamental para o bom funcionamento de uma democracia. Entretanto, suas portas estão fechadas para a maioria da população brasileira (mulheres e negras/os) e a herança elitista, machista e racista de nosso país se impõe quando as decisões são tomadas sem levar em conta alternativas e debates democráticos propostos pela sociedade civil.

Foram necessários 500 anos para o Estado brasileiro reconhecer a violência machista cometida contra as mulheres, mas tamanha negligência não nos desanimou em nossa luta. Nossa conquista é fragilizada pela atuação de instituições que não nos representam e tomam decisões que colocam a vida de milhares de mulheres em risco. Não vamos nos calar diante dos retrocessos.

Ana Claudia Pereira
CFEMEA

Novo protesto contra o aumento das tarifas em São Paulo

Só no pipoco em São Paulo!!!


MPL-SP realizará a terceira manifestação do ano nesta quinta-feira às 17hs

Nesta quinta-feira (27) acontece a terceira manifestação do ano contra o reajuste das passagens dos ônibus municipais em São Paulo (SP), vigente desde o dia 5 de janeiro. O protesto será realizado em frente ao Teatro Municipal, no centro da capital paulista, às 17 horas.

A ação é organizada pelo Movimento Passe Livre de São Paulp (MPL-SP), com apoio de entidades, sindicatos e organizações políticas.

De acordo com nota do MPL, o movimento “defende uma concepção de transporte público baseada na participação popular na tomada de decisões e na universalidade do acesso, através da gratuidade”.

Neste início de 2011, o MPL já realizou duas manifestações: na praça da República, no dia 13, e na praça do Ciclista, no dia 20. O protesto do dia 13 foi violentamente reprimido pela Polícia Militar (PM) e resultou em 10 feridos e 30 militantes presos. Participaram em torno de 700 pessoas.

Já a manifestação do dia 20 durou três horas sem nenhum incidente. Cerca de 4 mil pessoas participaram do ato e fecharam o cruzamento da Avenida Paulista com a Avenida Brigadeiro Luís Antônio por cerca de 15 minutos.

Ainda no final de 2010, quando houve o anúncio de que as passagens dos ônibus iriam sofrer reajuste, o movimento iniciou a realização de protestos com duas ações, nos dias 24 de novembro e 16 de dezembro.

A tarifa dos ônibus municipais de São Paulo passou de R$ 2,70 para R$ 3,00. Houve aumento nas passagens em mais outras 17 cidades neste início de ano.
 
(Brasil de Fato)

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Notificar violência doméstica e sexual passa a ser obrigatório

A partir desta quarta-feira, os profissionais de saúde e de estabelecimentos públicos de ensino estão obrigados a notificar as secretarias municipais ou estaduais de Saúde sobre qualquer caso de violência doméstica ou sexual que atenderem ou identificarem.

A obrigatoriedade consta da Portaria nº 104 do Ministério da Saúde, publicada hoje, no "Diário Oficial da União" --texto legal com o qual o ministério amplia a relação de doenças e agravos de notificação obrigatória.

Atualizada pela última vez em setembro de 2010, a LNC (Lista de Notificação Compulsória) é composta por doenças, agravos e eventos selecionados de acordo com critérios de magnitude, potencial de disseminação, transcendência, vulnerabilidade, disponibilidade de medidas de controle e compromissos internacionais com programas de erradicação, entre outros fatores.

Com a inclusão dos casos de violência doméstica, sexual e outras formas de violência, a relação passa a contar com 45 itens. Embora não trate especificamente da violência contra as mulheres, o texto automaticamente remete a casos de estupro e agressão física, dos quais elas são as maiores vítimas. A Lei 10.778, de 2003, no entanto, já estabelecia a obrigatoriedade de notificação de casos de violência contra mulheres atendidas em serviços de saúde públicos ou privados.

Segundo o Ministério da Saúde, a atualização da lista ocorre por causa de mudanças no perfil epidemiológico e do surgimento de novas doenças e também da descoberta de novas técnicas para monitoramento das já existentes, cujo registro adequado permite um melhor controle epidemiológico. Na última atualização haviam sido acrescentados à lista os acidentes com animais peçonhentos, atendimento antirrábico, intoxicações por substâncias químicas e síndrome do corrimento uretral masculino.

A Portaria nº 104 também torna obrigatória a notificação, em 24 horas, de todos os casos graves de dengue e das mortes por causa da doença às secretarias municipais e estaduais de Saúde. Também devem ser comunicados todos os casos de dengue tipo 4. As secretarias, por sua vez, devem notificar as ocorrências ao Ministério da Saúde.

Privacidade

O presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal, Marcos Gutemberg Fialho da Costa, destaca que as notificações de doenças e agravos sempre incluem o nome do paciente e que a responsabilidade pela preservação da privacidade das vítimas de violência será das secretarias de Saúde e dos responsáveis pelo Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação).

Ginecologista, Fialho confirma que, até hoje, os médicos e profissionais de saúde só denunciavam os casos de violência com a concordância dos pacientes, a não ser em casos envolvendo crianças e adolescentes, quando, na maioria das vezes, o Conselho Tutelar era acionado.

Para o médico, a inclusão da agressão à integridade física na lista de notificações obrigatórias é um avanço, mas o texto terá que ficar muito claro, já que o tema violência contra a mulher ainda suscita muita polêmica, e cada profissional terá que usar de bom senso, analisando caso a caso, para não cometer injustiças e também não se sujeitar a sofrer processos administrativo e disciplinar.

Responsável pelas delegacias da Mulher de todo o estado de São Paulo, a delegada Márcia Salgado acredita que a notificação obrigatória dos casos de violência, principalmente sexual, vai possibilitar o acesso das autoridades responsáveis por ações de combate à violência contra a mulher a números mais realistas do problema. De acordo com ela, os casos de agressão contra a mulher não tinham que ser obrigatoriamente notificados à autoridade policial.

"A lei determina que cabe à vítima ou ao seu representante legal tomar a iniciativa de comunicar a polícia. No momento em que isso passa a ser de notificação compulsória e a equipe médica tem que informar a autoridade de Saúde, fica mais fácil termos um número mais próximo da realidade", disse a delegada à Agência Brasil, destacando a importância de que a privacidade das vítimas de violência, principalmente sexual, seja preservada.

Garoto de 13 anos pode ser condenado à prisão perpétua nos EUA

O caso do jovem norte-americano Jordan Brown, de 13 anos, acusado pelo assassinato da madrasta, grávida de oito meses, causa polêmica nos Estados Unidos. Isso porque Brown, que tinha 11 anos na época do crime, pode ser julgado como adulto e condenado à prisão perpétua. Nesta terça-feira (25/01), um tribunal de apelação da Filadélfia iria ouvir as argumentações da Promotoria e da defesa, porém, pode levar meses até uma decisão ser anunciada, informou a rede ABC News.

O estado da Pensilvânia trata todas as crianças e adolescentes como adultos até que um juiz decida o contrário e os EUA são o único país onde jovens podem ser condenados à prisão perpétua sem liberdade condicional. Apenas os EUA e a Somália têm se recusado a ratificar a Convenção da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre os Direitos da Criança, que exclui a prisão perpétua, sem possibilidade de liberdade por crimes cometidos antes dos 18 anos, conforme escreveu o jornal britânico The Guardian.

Brown é acusado pelo assassinato de Kenzie Houk, em fevereiro de 2009, em sua casa, a cerca de 35 quilômetros a noroeste de Pittsburgh, Pensilvânia. Segundo a acusação, Brown atirou na nuca de Houk enquanto ela dormia. Ele então teria entrado no ônibus da escola e ido para a escola, como de costume. Houk, de 26 anos, estava grávida de oito meses e esperava a chegada de um menino em duas semanas - o bebê não sobreviveu. Por isso, Brown foi acusado por duplo homicídio e permanece detido desde o dia da prisão.

Direitos humanos

Desde a primeira audiência de Brown, em que o garoto apareceu no tribunal algemado pelos pés e pelas mãos, organizações de direitos humanos e de proteção à criança e ao adolescente protestam contra os métodos da justiça da Pensilvânia.

"É chocante que alguém tão novo possa enfrentar uma prisão perpétua sem a possibilidade de sair, ainda mais em um país que se considera progressivo em termos de direitos humanos”, disse Susan Lee, da Anistia Internacional, ao Guardian. A Anistia Internacional calcula que pelos menos 2.500 pessoas estejam cumprindo pena de prisão perpétua nos Estados Unidos sem direito a condicional por crimes praticados antes de terem 18 anos de idade.

O pai de Brown, Chris, se colocou contra a família de Houk, que defende a aplicação da pena perpétua ao garoto. "Tente explicar a um menino de 12 anos o que 'para o resto da sua vida' significa. É incompreensível para ele", disse à ABC News no ano passado.

Fonte: Opera Mundi

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Cada dia eu percebo mais que eu era feliz e não sabia.
Será que um dia vou pensar o mesmo de hoje?

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Como aproveitar ao máximo o começo de um novo ano

Vi essa postagem num site português bem legalzinho: 'Estado Zen - A vida é boa'.
(http://estadozen.com/artigos/como-aproveitar-maximo-o-comeco-novo-ano)


“Todas as manhãs renascemos. O que fazemos hoje é aquilo que mais importa.” - Buddha

Todos os anos, o mês de Janeiro traz um otimismo renovado para mudarmos, para vivermos uma vida melhor, para sermos pessoas melhores – e há qualquer coisa de maravilhoso nisso. É maravilhoso porque representa um novo e fresco começo, dando-nos a oportunidade de reinventar as nossas vidas e até nós próprios. Permite-nos rejuvenescer, largar a bagagem acumulada no ano anterior e fazer aquilo que quisermos. Tudo é possível! Esta dádiva que recebemos anualmente tem de ser aproveitada, não só com a formulação e a concretização das resoluções de ano novo, mas através da reinvenção da forma como vivemos.

1. Largue tudo

A maior parte das vezes somos puxados para trás por um emaranhado de insucessos passados, compromissos, emoções e obstáculos vários. Não podemos mudar de emprego porque estamos habituados àquele que temos e mudar vai ser muito difícil. Não temos tempo para fazer exercício físico e cuidar da nossa saúde porque temos muitas outras coisas importantes para fazer. Não temos tempo para estarmos com quem mais gostamos porque temos demasiados compromissos. A isto chama-se “bagagem antiga” e é preciso livrar-nos dela. Um novo começo tem de ser fresco, por isso, largue tudo aquilo que é passado – sabemos que é mais fácil dizer do que fazer, mas pelo menos há que tentar! Livre-se dos velhos hábitos e crenças que têm controlado a sua vida no último ano(s); livre-se dos medos que tem acumulado dentro de si; livre-se do receio; livre-se das ideias preconcebidas que tem sobre a sua vida e como ela deve ser vivida. Esta é a sua oportunidade de recomeçar. Livre-se do ano que passou e comece uma página nova.

2. Decida o que realmente importa hoje

Esqueça, por agora, todos os objetivos que tem traçado para o ano novo e decida antes: o que quero fazer hoje? O que é mais importante para si, para a sua vida? Quais são as suas grandes paixões neste momento? O que é que o motiva? O que é que lhe traria maior satisfação? Regra geral, a resposta prende-se com a criação de algo, provavelmente algo novo, ajudar outras pessoas, tornar-se uma pessoa melhor, trabalhar num projeto que lhe é muito especial e que o fará orgulhoso uma vez concluído. Independentemente da sua resposta, o mais importante é que ela esteja bem definida na cabeça no início de cada dia. Pode ser algo em que terá de trabalhar o ano inteiro ou só um mês; ou então pode durar apenas uma semana, alguns dias ou apenas hoje. Não interessa. O que realmente interessa é o hoje – que hoje irá trabalhar com todo o seu coração no que é mais importante para si. E amanhã? Amanhã vê-se…

3. Livre-se das distrações e concentre-se

Feche a caixa de e-mail, Facebook, Twitter, todos os seus blogs preferidos, sites de notícias e fóruns sociais, desligue o telemóvel e esqueça todos os afazeres e pequenas tarefas que não lhe saem da cabeça… terá tempo para lidar com tudo isso mais tarde. Desligue-se do mundo, nem que seja por um pouco. Agora, procure a concentração. Inicialmente, tente concentrar-se durante 15 ou 20 minutos exclusivamente naquilo que tem entre mãos, mas depois tente aumentar esse tempo para 30 a 60 minutos. Concentre-se naquilo que é mais importante e durante o máximo de tempo possível, preferencialmente até terminar. No entanto, pode fazer uma pausa, até mesmo para verificar o e-mail ou o telemóvel, desde que consiga voltar rapidamente para o seu estado de concentração. Quando terminar, passe para a prioridade número dois e assim sucessivamente.

4. Procure a felicidade agora

Não olhe para a felicidade como algo que chegará depois de ter concretizado determinado objetivo ou sucesso, ou então quando atingir um determinado nível de riqueza ou ter comprado mais alguns bens materiais. Não veja a felicidade como um destino, ou seja, como algo onde irá chegar um dia. É possível alcançar a felicidade neste preciso momento – nunca se esqueça disso. Se adiar a felicidade para mais tarde, ela nunca virá. Quando aprender a ser feliz agora, a felicidade vai estar sempre presente. Sempre que estiver a fazer aquilo que ama, aquilo que realmente importa, aquilo que merece o seu tempo, paixão e concentração… seja feliz! Está a fazer exatamente aquilo que gosta e isso é uma dádiva.

5. Reinvente-se, todos os dias

Todos os dias renascemos. Reinvente-se a si e à sua vida, todos os dias. Faça o que mais interessa nesse dia. Pode ser o mesmo que ontem ou não. Isso é o menos importante. O que realmente importa é o hoje – o agora mesmo. Seja apaixonado, seja feliz… agora mesmo. Terá a oportunidade de começar de novo todos os dias, não apenas no dia 1 de Janeiro… e isso é realmente poderoso.

Fundador do Wikileaks diz que o vazamento das informações vai continuar

Julian Assange, editor chefe do Wikileaks, declarou nessa terça-feira (11/01) que o site vai retomar o ritmo de normal de publicação dos despachos diplomáticos dos Estados Unidos que revelam os bastidores da política externa norte-americana.


Assange compareceu a uma audiência, em Londres,no Reino Unido, para discutir as acusações por casos de abuso sexual e estupro. Ele disse a alguns jornalistas que o site diminuiu a velocidade das atualizações porque tem sofrido ataques de haquers e enfrentado dificuldades financeiras. O editor afirmou que ainda há muitas informações a serem divulgadas.

“Os vazamentos acontecerão logo através de nossos jornais parceiros ao redor do mundo –grandes e pequenos jornais e algumas organizações de direitos humanos”, declarou Assange.
 
Dos 250 mil documentos que o site afirma ter obtido acesso, até agora foram divulgados pouco mais de dois mil.
 
(Operaleaks)

domingo, 9 de janeiro de 2011

Mais ou menos férias

Ando tão vagabunda que tou até com vergonha...
Nesses últimos dias meu cansaço é etílico e minhas manhãs são perdidas dormindo.
Nem pareço aquela pessoa estressada e aborrecida de 2 meses atrás. O único problema é que meu sossego nunca é de 100%. A gente tenta e tenta esquecer das coisas que têm que ser feitas, escondê-las lá no fundo do inconsciente, mas não adianta! Sempre fica um pouquinho de lembrança do monte de compromisso empilhado para 2011. Tudo entre coisas para fazer, coisas pra discutir e coisas pra decidir.
No mais, vou dando uma de doida e lendo umas besteiras que eu tinha ficado de ler há anos e que nunca tive tempo.
Meu quadro tava jogado num canto, com o cavalete ficando empoeirado e as frutas já pintadas quase murchando. Mas hoje eu reservei um espaço legal pra ele em cima de uma cômoda e juntei os pincéis e as tintas pra terminar de pintar.
Não é desculpa esferrapada não, mas eu sinto que preciso fazer essas besteirinhas antes de voltar ao trampo. Se não vou me sentir culpada o resto da vida por não ter terminado o que eu comecei.
E em 2011, tudo vai ser terminado. Vou me comportar, prometo! Me organizar, me orientar. :D

Mas por enquanto vou comer um churrasquinho com caipirosca com meus familiares, que ninguém é de ferro. Se eu tivesse nascido numa  família de intelectuais tudo seria diferente, mas...

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Wikileaks: EUA queriam que Brasil ajudasse a espionar Chávez

Um despacho confidencial publicado pelo site Wikileaks nesta quarta-feira (5/1) revela que o embaixador norte-americano propôs ao governo brasileiro “compartilhar inteligência” sobre o presidente da Venezuela Hugo Chávez em 2005.


A proposta foi feita durante uma reunião em 14 de março de 2005 entre John Danilovich, então embaixador, e o então ministro das relações exteriores, Celso Amorim. O embaixador abriu a conversa dizendo que o governo norte-americano se preocupava com a retórica e as ações de Chávez e o considerava como uma “ameaça à região”.

“Ele pediu que o ministro do exterior Amorim considere institucionalizar uma parceria política mais intensa entre os governos brasileiro e norte-americano em relação a Chávez, e assinar um acordo de compartilhamento de inteligência”, disse, segundo o texto.

Segundo o despacho, Amorim foi direto ao rejeitar a aliança contra o venezuelano.

“Não vemos Chávez como uma ameaça”, teria dito o agora ex-chanceler, antes de defender a “maneira democrática” como o venezuelano fora eleito e o seu apoio popular. “Nós temos que trabalhar com ele e não queremos fazer nada que estrague nossa relação”.

Amorim teria explicado que a relação entre os dois países é “sensível” e que o Brasil não podia fazer nada que pudesse minar sua “credibilidade” perante Chávez, já que buscava “influenciá-lo em uma posição mais positiva”. Um exemplo disso, segundo Amorim, foi que Lula teria sugerido a Chávez, em uma reunião no Uruguai, que ele “baixasse o tom da sua retórica”.

Em outra ocasião, Lula teria persuadido o governante venezuelano a não nadar em uma praia chilena que ele queria reivindicar para a Bolívia diante da imprensa local. A Bolívia mantém uma disputa com o Chile sobre a sua antiga saída para o Pacífico, perdida para o país vizinho na Guerra do Pacífico (1879-1883).

Rejeição seca

Apesar de rejeitar a proposta norte-americana, Amorim teria dito que o Brasil gostaria de aumentar o diálogo sobre Chávez com os EUA e que se interessava em obter “qualquer inteligência” que os norte-americanos quisessem fornecer. No despacho, Danilovich afirma que Amorim “não comprou” a ideia de que Chávez seria uma ameaça.

“A rejeição seca a compartilhar inteligência foi equilibrada pela sua vontade de aumentar a colaboração conosco no nível político com relação à Venezuela, e nós devemos buscar maneiras de explorar essa abertura para defender nosso argumento de que o Chávez representa um perigo. Fornecer mais informações detalhadas ao governo brasileiro sobre direitos humanos e ações repressivas dentro da Venezuela, bem como quaisquer informações sobre o que aprontam grupos apoiados pelo presidente da Venezuela em outros países (mesmo que signifique oferecer informações de inteligência unilateralmente) pode ser parte dessa colaboração política”, escreveu o diplomata.

Na mesma reunião, Amorim disse que Lula mantinha contato direto com Evo Morales, então líder da oposição boliviana, para convencê-lo a manter uma linha democrática. Amorim também se comprometeu a manter a “linguagem” do Conselho de Segurança da ONU na resolução da I Cúpula América do Sul-Países Árabes em 10 e 11 de maio de 2005.

(Opera Mundi)

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

A vida anda tão dura que 2011 chegou e tudo que eu desejo é paz de espírito, calma e paciência!

WIKILEAKS: “Chávez é um inimigo que precisa ser destabilizado”, disse embaixador dos Estados Unidos em Santiago

O diplomata norte-americano Craig Kelly, que foi embaixador dos Estados Unidos em Santiago do Chile, enviou um despacho em julho de 2007 com o título “Plano de Ação para isolar Hugo Chávez no continente e reafirmar a liderança dos Estados Unidos”.

O documento revela a preocupação do embaixador com a influência de Chávez e diz que “apesar das diabruras e travessuras”, Chávez não pode ser considerado um “simples caudilho”. Em outro trecho ele classifica o presidente da Venezuela como sendo um “inimigo formidável, mas que pode ser derrotado”.

No texto, Kelly afirmou que a entrada da Venezuela no Mercosul afetaria as relações dos EUA com os países membros do acordo: “não devemos ser tímidos ao afirmar que a Venezuela pode afetar nossos interesses com o bloco comercial”. O embaixador indica que uma possível solução seria o investimento em tratados de livre-comércio individuais com cada país.

O embaixador também recomendou que os EUA investissem mais na região e, por meio da diplomacia, vendesse uma imagem que exaltando os valores “da democracia, do comércio livre e do trabalho para fazer frente aos males dos socialismo”.
 
ORIGINAIS:

Reference ID:07SANTIAGO983
Created: 2007-06-18 14:02
Released: 2010-12-09 13:01
Classification:SECRET
Origin: Embassy Santiago
VZCZCXYZ0000
PP RUEHWEB

P 181445Z JUN 07
FM AMEMBASSY SANTIAGO
SIPDIS
E.O. 12958: DECL: 06/15/2017
TAGS: PGOV PREL KDEM KCRM AR BO BR PARM UY VE CI
SUBJECT: A SOUTHERN CONE PERSPECTIVE ON COUNTERING CHAVEZ AND REASSERTING U.S. LEADERSHIP

REF: ASUNCION 396 Classified By: AMBASSADOR CRAIG KELLY; Reasons 1.4(b), (d)